
disposição da cúpula do Partido dos Trabalhadores em tomar a prefeitura de Cruzeiro do Sul, utilizando um processo que tramita há sete anos, contra o prefeito reeleito do município, Vagner Sales (PMDB), poderá prejudicar também aliados da Frente Popular do Acre. As denúncias de sonegação fiscal e peculato, apresentadas pelo Ministério Público Federal, contra os 24 deputados estaduais da legislatura de 1995 a 1998, estariam sendo usadas como arma para prejudicar o principal adversário dos líderes do PT no Vale do Juruá-AC.
Em 2000, um grupo de Marajás da Assembléia Legislativa do Acre, após embate com a Mesa Diretora que mandou cortar vantagens de servidores graduados, resolveu contra-atacar e informou a Receita Federal que todos os deputados cometiam crime de apropriação indevida de valores da quota de passagem, nos anos de 1996, 1997 e 1998. Neste época, o vice-governador César Messias (PSB) e o presidente do TCE, Ronald Polanco, ocupavam cadeiras no parlamento, assim como o atual presidente da casa, Élson Santiago.
Nos últimos dias os advogados do PT recorreram às instâncias superiores contra Vagner Sales, trazendo o assunto novamente aos tribunais e promovendo um linchamento público do “Leão do Juruá”. Mas esqueceram de dizer a opinião pública que César Messias, Élson Santiago e Ronald Polanco também respondem pelos mesmos crime e são réus na mesma ação proposta pelo MPF.
Para o advogado Gilson Pescador, que defende o prefeito do PMDB, “a questão judicial estaria sendo usada de forma política, através da influência dos líderes da FPA na Justiça Estadual e Justiça Federal, fazendo os processos tramitarem de forma célere contra seus adversários políticos”. No mesmo processo em questão, os ex-deputados Roberto Filho e Luis Garcia foram condenados. A defesa dos acusados suspeita de suposto favorecimento da Justiça aos políticos ligados ao PT. “Para alguns dos ex-deputados, o processo corre, para outros está estacionado”, ataca o advogado Gilson Pescador.
Vagner Sales poderá recorrer o CNJProcurado pela reportagem, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales disse que poderá recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para Sales, “se a justiça é tão justa, a perda de cargo pode ser decretada também no caso de César Messias e dos demais acusados que possuam cargos”. E indaga: “porque só eu?”

Gilson pescador argumenta que “há sete anos o processo do vice-governador anda a passos lentos”. Segundo ele, o Ministério Público interviu em 23 de agosto de 2003 “e só a partir dai, o TJ Acre baixou a ação novamente a Terceira Vara Criminal, para instrução e coleta de depoimentos e provas”, revela.
O advogado de Vagner Sales diz que “a prescrição do processo de César Messias deverá acontecer em 2013, se persistir a morosidade da ação judicial que tramita em âmbito da Justiça acreana”. Isso significa dizer que com a prescrição, o vice-governador, que é ligado do PT, não responderá pela acusação de peculato.
Élson Santiago também responde processoAliado das administrações petistas desde que os partidos de direita perderam o poder no Estado, o presidente da Aleac, deputado Élson Santiago também é denunciado por peculato em emissão de passagens aéreas. O parlamentar teria se reelegido duas vezes, após a instauração da ação judicial. Élson Santiago também poderá perder o cargo e ficar inelegível se os processos ressuscitados pelos advogados da Frente Popular sejam motivo de condenação dos 24 políticos envolvidos.

O STJ acolheu a denúncia por unanimidade. O Ministério Público Federal sustenta que a Aleac pagava à agência de turismo indicada por Polanco, mediante a apresentação de faturas forjadas com os valores relativos à cota mensal de passagens. Suspeita-se que uma das agências de Viagens beneficiada é uma empresa pertencente a Família Santiago.
A exemplo de Vagner Sales, se condenados, os políticos e gestores ligados à administração de Sebastião Viana poderão perder os cargos e ficar inelegíveis.
da redação de ac24horas
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