segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Biólogos encontram anfíbio raro no rio Madeira, em Rondônia

 Portal Amazônia, com informações do Diário da Amazônia
Foto: Juliano Tupan/ Divulgação
Foto: Juliano Tupan/ Divulgação
PORTO VELHO - Sem pulmões e sem escamas externas, um anfíbio de corpo alongado, cilíndrico e de pele lisa, muito parecido com uma serpente foi encontrado no rio Madeira, na região da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. A espécie foi encontrada por biólogos da Santo Antônio Energia (SAE) durante os trabalhos de resgate na ensecadeira localizada no antigo leito do rio Madeira, onde está sendo construído o grupo gerador quatro, com as 12 últimas turbinas do total de 44 do empreendimento.
Dos seis exemplares resgatados (o maior deles com um metro de comprimento), três foram devolvidos saudáveis para o rio Madeira, dois foram preservados para estudos científicos e um acabou morrendo. Os dois animais preservados foram encaminhados para o Museu Paraense Emilio Goeldi, que irá estudar a espécie na tentativa de descobrir os detalhes sobre sua morfologia, habitat, alimentação, comportamento e evolução.
O nome científico do anfíbio é Atretochoana eiselti. O animal pertence a um grupo de espécies conhecido popularmente como cobras-cegas ou cecílias, que respiram pela pele. Até agora essa espécie era conhecida apenas por meio de dois exemplares preservados no Museu de História Natural de Viena e no departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, para os quais não se sabia até então sua procedência ou como viviam.
Foto: Juliano Tupan/ Divulgação
Foto: Juliano Tupan/ Divulgação
Segundo o biólogo Juliano Tupan, o que torna o animal tão especial é o fato de não possuir pulmões, mesmo sendo considerado grande, com mais de um metro de comprimento. “Geralmente, apenas animais pequenos, como um grupo de salamandras e uma rã pequena, são apulmonares”, explica o biólogo.
Outro motivo que faz a descoberta ser tão comemorada é por se tratar do terceiro exemplar conhecido no mundo, sendo o primeiro com localidade certa. “O que está no museu de Viena só tem como localidade “América do Sul” e o que está na Universidade de Brasília não tem dados de localidade. Agora, confirmamos que a espécie vive na planície da bacia amazônica”.

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