O reencontro de Maria Julia com a mãe Francisca Assis de 68 anos, aconteceu na Delegacia de Proteção à Mulher de Cruzeiro do Sul. A jovem havia sido raptada pelo pai, João Ribeiro das Chagas, 63 anos, que à mantinha em cárcere privado e abusava dela. Seis filhos foram gerados na relação incestuosa.
Ao ficar sabendo da notícia pela Rádio e TV Juruá, a mãe que mora em uma comunidade às margens da BR-364 nas proximidades do Rio Tauarí, se dirigiu à cidade para reencontrar a filha. Um irmão de Julia também apareceu com a divulgação do caso.
O reencontro foi marcado por muita emoção e recordações nada agradáveis. Dona Francisca Assis, afirma que era torturada pelo marido e optou pela separação. João Ribeiro que tratava Júlia com carinho enquanto desprezava os outros filhos, não abriu mão de ficar com a guarda da menina. “Ele levou a Júlia e o menino mais novo, eu fiquei com os outros. Nunca pensei que ele pudesse fazer o que fez, já que se tratava de pai e filha”, comentou Francisca.
A mulher diz que abandonou o relacionamento devido à agressividade de João Ribeiro e mostra uma cicatriz de uma perfuração de faca que sofreu quando estava grávida.
“Ele me batia com uma correia de motor e deixava os ferimentos nas minhas costas. Eu não suportava mais ver minha mãe apanhando. Para não bater na nossa frente, ele arrastava ela para o mato. Um dia deu um tiro de espingarda dentro da cozinha querendo matar ela”, relembra Francisco de Jesus, irmão de Júlia que conseguiu fugir de casa e recebeu amparo de uma família.
Maria Júlia e as crianças foram acolhidas em um abrigo público do estado, eles estão recebendo ajuda médica e psicológica. Nenhum deles tinha documentos, após a emissão das certidões de nascimento, as crianças serão matriculadas na escola.
A família foi resgatada no dia 12 de julho, numa comunidade do Rio Gregório que corta a BR-364 entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá. O homem que é acusado de estupro, sequestro e cárcere privado se encontra na penitenciária.
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