terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ranking de corrupção coloca Brasil em 72º lugar entre 177 países

Relatório da organização Transparência Internacional sobre a percepção de corrupção ao redor do mundo divulgado nesta terça-feira (3) aponta que o Brasil é o 72º colocado no ranking entre os 177 países analisados, um um posto modesto mesmo entre os vários países das Américas.
A Dinamarca e a Nova Zelândia ficaram empatadas em primeiro lugar como os países em que a população tem menor percepção de que seus servidores públicos e políticos são corruptos. As duas nações registraram um índice de 91 – a escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). O índice brasileiro foi de 42 – um ponto a menos que em 2012, quando o país ficou em 69º lugar.
A Transparência Internacional é referência mundial na análise da corrupção. Segundo o relatório, os resultados "mostram um cenário preocupante" e "mais de dois terços dos 177 países" estudados perderam transparência. O relatório é elaborado anualmente desde 1995, a partir de diferentes estudos e pesquisas sobre os níveis de percepção da corrupção no setor público de diferentes países.
"Apesar de ter caído apenas um ponto, o Brasil não deveria estar feliz com sua pontuação. Não é suficiente ter o poderio econômico, se você não pode dar exemplo com bom governo", afirmou Alexandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional, segundo a agência de notícias France Presse.
Apesar de novas leis brasileiras sobre acesso à informação pública e punição penal às empresas corruptas – e não mais apenas aos indivíduos –, "há a sensação de uma prática de corrupção muito extensa", explica o pesquisador mexicano, que pediu que o Brasil comece a aplicar essa "grande infraestrutura" legal contra a corrupção.
Quase 70% dos países da lista têm "sérios problemas", com funcionários dispostos a receber suborno. Nenhum Estado dos 177 citados recebeu pontuação máxima, segundo a ONG, que tem sede em Berlim.
Outros países
No topo da lista dos países mais “honestos”, estão em segundo lugar a Finlândia e a Suécia, também empatadas, seguidas de Noruega, Cingapura, Suíça, Holanda, Austrália, Canadá e Luxemburgo. Os Estados Unidos ficaram em 19º lugar.

Os países mais corruptos entre os analisados, segundo o estudo, são Afeganistão, Coreia do Norte e Somália – os três alcançaram índice 8. Os piores índices ficaram concentrados na África e na Ásia.
Entre os países que registraram as maiores quedas em 2013, estão Síria, abalada pela guerra civil, Líbia e Mali, que também passaram por conflitos militares nos últimos anos.
"A corrupção está muito relacionada a países em decomposição, como Líbia ou Síria", explica Finn Heinrich, principal pesquisador do ranking. Esse é o caso do Afeganistão, onde não aconteceram progressos substanciais, apesar dos esforços da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Os ocidentais não investiram apenas em segurança, mas também em medidas para fazer a lei ser respeitada. Apesar disso, a proporção de pessoas que pagam subornos continua sendo uma das maiores do mundo", relata o especialista.
A Coreia do Norte é um caso de "opacidade quase total, uma sociedade totalitária totalmente fechada", nas palavras de Heinrich.
Nas Américas, Venezuela e Paraguai continuam sendo os piores, e Uruguai e Chile são vistos como os líderes em transparência. A tabela de honestidade da região tem o Uruguai no topo, com índice de 73. Em seguida, vêm Chile (71), Porto Rico (62) e Costa Rica (53), seguidos por Cuba (46), Brasil (42) e El Salvador (38).
Na lanterna do continente, estão Venezuela (20), Paraguai (24), Honduras (26), Nicarágua (28) e Guatemala (29).
Além disso, em ordem decrescente de transparência, aparecem na classificação anual Peru (38), Colômbia (36), Equador (36), Panamá (35), Argentina (34), Bolívia (34), México (34) e República Dominicana (29).
FONTE.G1

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