terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Índio vitima de violência policial busca ajuda para manter a família

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Índio que perdeu olho com tiro de borracha, disparado pela Tropa de Choque da Polícia Militar durante uma desapropriação, luta há dois anos para conseguir a aposentadoria.  Em 
14 de julho de 2011, uma área no bairro Leonardo Barbosa virou palco de uma guerra. Homens do Pelotão de Choque da PM foram cumprir uma reintegração e posse e retirar 300 famílias de barracos improvisados. A ação terminou com várias pessoas feridas e presas.
Para vencer os invasores que resistiram, a policia usou balas de borracha. Um dos feridos foi o índio José Adelso Kaxinawa, que teve o olho direito atingido.
Mas de dois anos depois voltamos até a comunidade que hoje se chama 28 de Maio, data da ocupação. Apesar do confronto, as famílias continuaram no local, hoje o campo da batalha virou bairro, as famílias que enfrentaram a policia continuam na área e um deles é o Adelso, que encontramos quando chegava em casa.
Ele mostrou que a bala de borracha tirou para sempre a visão do olho. Dois anos após o disparo, nota-se que começo um processo de afundamento ao redor da área afetada. Adelso nos levou até seu barraco para mostrar os documentos que conseguiu juntar em busca de uma aposentadoria, que nunca veio.
O José Adelso deixou a aldeia indígena ainda garoto. Veio morar na periferia de Brasileia. Não sabe ler nem escrever, desconhece a própria idade. Alegou que veio para invasão em busca de um pedaço de terra. Atualmente não consegue emprego e vive de uma renda do bolsa família. A mulher do Adelso, que também é índia, tem problemas mentais, ela ajuda a conseguir alimento para a família pedindo esmola na rua.
O índio disse que recebeu um auxílio por seis meses, depois foi cortado, e o INSS não quer liberar sua aposentadoria por invalidez. “Como não tenho conhecimento, tenho dificuldades de procurar meus direitos. Nunca recebi ajuda da Funai”, reclamou.
Na comunidade 28 de Maio existem outras famílias índias que passam por necessidades. Procuramos a Funai e fomos recebidos pela chefe do Setor de Promoção Social, Ivanise Rodrigues. A funcionária nos informou que a Funai sabe da situação do Adelso, mas é a Secretaria de Ação Social do Estado que acompanha o caso,mas, na sexta-feira, estará pedindo que uma equipe vá até a comunidade para tentar ajudar o índio a busca algum benefício.

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