A operação Diáspora da Polícia Civil deflagrada na manhã desta sexta-feira, 1º, para desarticular as atividades da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) resultou na prisão de 39 integrantes do grupo criminoso, com ramificações em Brasileia, Cruzeiro do Sul e Rio Branco.
Segundo o delegado Alcindo Júnior, que presidiu a investigação, “as prisões foram frutos de duas mil e sessenta horas de acompanhamento permanente dos passos das pessoas que integravam o PCC dentro e fora dos presídios do Estado”. Oito delegados participaram dos três meses de averiguação.
A operação foi executada por 40 policiais civis e 89 militares que cumpriram 34 mandados de busca e apreensão nos presídios do Acre e cinco em bairros distintos da capital. O líder do PCC no Acre é Thiago da Silva Gomes, (o Mestre dos Magos) preso por latrocínio, que dividia a organização da facção com outros sete criminosos.
O secretário de Polícia Civil, Emylson Farias destacou a organização da facção, que de acordo com ele seria “piramidal”. Entre os cabeças do PCC no Acre estariam um criminoso de São Paulo e outro de Mato Grosso. O objetivo dos criminosos seria estabelecer o domínio de todos os presídios do Acre.
Os líderes da facção criminosa estariam ordenando execuções e assaltos, de dentro dos presídios de Rio Branco. Os cinco integrantes do PCC, que foram presos fora do presídio aliciavam novos membros para a organização, faziam execuções de desafetos dos líderes e cuidavam do tráfico de drogas.
De acordo com os levantamentos da Polícia Civil, os integrantes do PCC estariam trazendo maconha de Mato Grosso para o Acre. A droga era comprada a R$ 600 o quilo e vendida por R$ 1.200 no Estado. Os criminosos também seriam os responsáveis pelo envio de cocaína a outros estados.
Mais de 1,5 toneladas de maconha foi apreendida pela Polícia Civil, em 2012. Para os delegados da Polícia Civil, a droga seria da facção criminosa, que tina uma estrutura organizacional estruturada. Seis dos oito cabeças do PCC, presos no Acre serão encaminhados a presídios federais.
No período das investigações, três execuções ordenadas pelos líderes do PCC foram evitadas pela Polícia Civil. Entre os que foram julgados e condenados pelo “tribunal” do grupo criminoso estaria um policial que não teve o nome revelado pelos delegados responsáveis pelas prisões.
Uma investigação paralela estaria sendo executada para averiguar a participação de agentes públicos na facilitação da ação do PCC, dentro dos presídios. A organização criminosa foi monitorada no período de festas de fim de ano. Os policiais conseguiram evitar ao menos 15 assaltos na capital.
“Esta operação foi um golpe forte numa célula que estaria se instalando no Acre. Na primeira semana de investigações, 18 membros foram mapeados. No terceiro mês, chegamos ao número de 39 – que são estes que foram presos. A organização foi praticamente extirpada no Acre”, diz o delegado Alcindo.
O delegado destacou ainda, a fragilidade das fronteiras. “Estamos desguarnecidos na fronteira e os investimentos na segurança do Acre são mínimos. A estrada do Pacífico se tornou a rota do tráfico internacional, que está usando o Acre, como porta de entrada do entorpecente que é comercializado em alguns estados”, enfatizou.
Alcindo Júnior disse ainda, que 60% dos roubos e assaltos de grande porte estariam sendo ordenados de dentro dos presídios, destacando o assalto frustrado na Lanchonete Bob´s, que a polícia evitou graças ao monitoramento dos integrantes do PCC.
O secretário de Polícia Civil, Emylson Farias informou que 31 dos 39 presos ficarão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em sela única e incomunicável com os demais integrantes da organização. Seis contas movimentadas pelo PCC foram bloqueadas pela Justiça a pedido da Polícia Civil.
Um livro caixa com a movimentação financeira do PCC foi apreendido nas buscas feitas do presídio estadual. A cúpula da Polícia Civil acredita que nenhum estado teve uma ação tão eficaz para impedir a ramificação da facção criminosa, como a que foi feita no Acre.
Os integrantes do PCC presos no Acre serão indiciados no Art. 288-A – Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.”
FORTE.ac24horas.com
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