Depois de ser derrotada na tentativa de estabelecer uma fórmula de reajuste automático dos combustíveis, a Petrobras conseguiu aprovar nesta sexta-feira (29) uma política de preços que começa com um aumento de 4% para gasolina e 8% para o diesel, nas refinarias, a partir da 0h deste sábado.
Nos postos, o aumento da gasolina será de cerca de 2%, segundo a Fecombustíveis (federação que reúne os donos de postos). Para o diesel, a previsão é de 5%.
O governo buscou um meio-termo para a disputa entre a estatal e a Fazenda. Esta conseguiu evitar a criação de uma fórmula que contemplava reajuste automático e poderia pressionar a inflação em 2014, ano da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Já a estatal tirou do governo uma política que, segundo comunicado ao mercado, irá garantir a "convergência dos preços internacionais ao mercado doméstico" e "assegurar a redução do nível de endividamento da estatal no prazo de 24 meses".
O comunicado deixa claro que os critérios de reajuste não serão divulgados. Nem a empresa nem o governo detalharam qual será a política de preços da companhia.
A estatal afirma que, para recuperar o caixa, vai combinar a política de reajuste de preços com o crescimento da produção de petróleo.
Este último ponto foi uma das exigências da presidente Dilma. Para ela, caso a estatal não tivesse reduzido sua produção, o prejuízo com a importação de gasolina e diesel teria sido compensado pela exportação de óleo bruto.
Atendendo também a uma preocupação da presidente, a estatal diz na nota que não vai "repassar a volatilidade dos preços internacionais ao
consumidor doméstico".
Dilma foi contra o gatilho defendido pela estatal.
O reajuste dos combustíveis deverá ter impacto modesto na inflação, segundo economistas. Considerando os impactos diretos e indiretos, o IPCA deverá ser elevado em 0,24% em dezembro de 2013 e em 2014.
"Apesar de o peso da gasolina ser alto no IPCA, o reajuste, ficou abaixo do que o mercado esperava", disse André Perfeito, da Gradual Investimentos.
Segundo a LCA, o maior impacto do aumento da gasolina será sentido ainda neste ano. Já no caso do diesel, o maior efeito será indireto, em fretes e tarifas de transporte público.
Fonte. Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário