Além de Genoino, condenado pelo Supremo, outros parlamentares que assumem também são alvos de denúncias. Um responde por homicídios e dois são acusados de trabalho escravo
Apesar do recesso parlamentar, a Câmara dá posse a 14 deputados. Ao todo, 26 deputados saíram vitoriosos nas eleições municipais de outubro e trocaram o Legislativo federal pelo Executivo municipal. Outros 12 já assumiram. A expectativa, porém, é que novos suplentes sejam empossados. Isso por causa de afastamentos provocados pelos titulares que terão cargos nos municípios. Após ser notificado pela Casa, o suplente tem até 30 dias para entregar a documentação necessária. Se isso não ocorrer, assume o próximo da lista da Justiça Eleitoral.
MENSALÃO
Condenado a seis anos e 11 meses de prisão pelo Supremo, em regime semi-aberto, José Genoino volta à Câmara três anos após deixar a Casa e não conseguir se reeleger. O ex-presidente nacional do PT foi condenado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa no processo do mensalão. Ele volta à Câmara numa dança das cadeiras promovida pela efetivação do deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), efetivado com a renúncia de Carlinhos Almeida (PT-SP), novo prefeito de São José dos Campos. Como Siraque, que vinha ocupando a suplência do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), herda a vaga de Carlinhos, o caminho fica aberto para a posse de Genoino como suplente da coligação.
Em decisão controversa, os ministros do Supremo decidiram pela perda do mandato dos parlamentares condenados no processo do mensalão. O ex-presidente do PT se junta, então, ao grupo formado por Valdemar Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT), que esperam manter o mandato e se livrar das penas quando seus recursos assim que apresentarem seus recursos.
ASSASSINATOS
TRABALHO ESCRAVO I
Empossado no primeiro dia deste ano, primeiro dia útil após a virada do ano, o deputado Camilo Cola (PMDB-ES), fundador do Grupo Itapemirim, viu o nome de uma de suas propriedades incluído na mais nova versão da chamada lista suja do trabalho escravo, atualizada na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria de Direitos Humanos. Camilo, que foi deputado na legislatura passada, volta à Câmara na vaga de Audifax (PDT-ES), novo prefeito de Serra.
Os fiscais encontraram, em 2011, 22 empregados em situações degradantes na Fazenda Pindobas IV, entre os municípios de Brejetuba e Muniz Freire, no sul do Espírito Santo. Os trabalhadores faziam o corte e o tombamento de pinus na propriedade da família do parlamentar. Segundo a denúncia, os trabalhadores foram contratados de forma irregular, os alojamentos eram precários e os salários chegavam a ficar 45 dias atrasados.
TRABALHO ESCRAVO II
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, os trabalhadores estavam sujeitos a condições degradantes de trabalho e viviam sem locomoção num local de difícil acesso, entre os municípios de Cantá e Iracema. Os trabalhadores atuavam em atividades da pecuária de corte, como roço de pasto, construção de cercas e currais.
As vítimas contaram que, para chegar até Iracema, a cidade mais próxima, tinham de caminhar de quatro a oito horas pela mata fechada e atravessar o Rio Branco. Segundo elas, os gêneros alimentícios, os instrumentos de trabalho e os equipamentos de proteção individual eram descontados posteriormente de seus salários. Eles afirmaram, ainda, que eram obrigados a utilizar água com lodo de um córrego para tomar banho, beber, cozinhar e fazer suas necessidades fisiológicas.
Na mira do MPF
Ex-assessor especial de Lupi, Weverton é acusado pelo Ministério Público Federal no Maranhão de ter utilizado de maneira irregular R$ 6 milhões repassados pelo Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano) quando era secretário estadual de Esporte e Juventude do Maranhão. A Justiça ainda não se posicionou sobre a denúncia, feita em novembro pelo Ministério Público.
Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo em novembro de 2011 revelou que o Ministério do Trabalho repassou R$ 4 milhões a uma organização não-governamental mantida pela mãe do deputado para capacitação profissional de jovens. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou, na época, várias irregularidades na execução do convênio. Ele também foi personagem da crise aberta com uma viagem de Lupi ao Maranhão em dezembro de 2009, em avião alugado por um empresário que recebia recursos do ministério para sua ONG. O então ministro responsabilizou Weverton e o diretório do PDT no Maranhão pelo aluguel da aeronave. Ainda em reportagem da revista Veja, ele foi acusado de participar de um esquema de cobrança de propina no ministério.
Lupi é acusado de usar avião de presidente de ONG. FORTE.correiodenoticia
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