Não é mudança de fuso horário que deixa o Estado adiantado ou atrasado
O Senado aprovou na noite desta terça-feira (8) a proposta (PLC 43/2013) que restabelece o horário antigo do Acre e de parte do Amazonas. De autoria do Poder Executivo, o projeto segue agora para segue para sanção da presidenta Dilma Rousseff.
Os moradores da região estão mais próximos de ter de volta o fuso horário com duas horas a menos em relação ao horário de Brasília.
Sob a alegação de que a população sofria prejuízos econômicos, sociais e culturais por causa da diferença em relação ao restante do país, em 2008 a Lei 11.662, de autoria do então senador Tião Viana (PT-AC), sancionada pelo então presidente Lula, reduziu o fuso horário do Acre e de parte do Amazonas a apenas uma hora a menos em relação a Brasília.
A mudança não agradou à maioria porque foi feita sem consulta à população. O descontentamento popular foi comprovado em 2010, quando os eleitores do Acre participaram de um referendo sobre o tema.
O resultado mostrou que 39,2% dos eleitores queriam o retorno à hora antiga, enquanto 29,7% eram favoráveis à manutenção do fuso horário em vigor.
É uma derrota do governador do Acre, Tião Viana, que trabalhou fervorosamente pela mudança, fazendo lobby para a Rede Globo.
Em junho de 2008, quando Tião Viana promoveu a mudança do fuso horário, o marqueteiro dele, Gilberto Braga, da agência Companhia de Selva, declarou:
- Quem quer plebiscito para mudança do fuso horário terá que passar mais 95 anos esperando. Foi esse o tempo que o horário passou errado. Isso é democracia.
A proposta foi aprovada antes pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), tendo como relatores os senadores Anibal Diniz (PT-AC) e Sérgio Petecão (PMN-AC), respectivamente. O Senado faz prevalecer a democracia em relação à polêmica.
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