domingo, 5 de janeiro de 2014

Acre tem a 3ª maior taxa de mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil, diz Folha

O Estado do Acre, governado pelo médico Sebastião Viana, é o terceiro do país com a maior taxa de mortalidade por causa do câncer do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a cada 100 mil mulheres, 10,9 morrem por causa da doença no Acre. O Amazonas é o Estado onde se concentra a maior taxa de mortes em razão da doença (16,92), seguido pelo Maranhão 10,53.
De acordo com a reportagem deste final de semana do Jornal Folha de São Paulo,  os dados sobre o câncer do colo do útero revelam “Brasis” muito diferentes. Na região norte, o país tem taxas de mortalidade semelhantes às da Índia e de Bangladesh. No Sudeste, o Brasil está próximo dos Estados Unidos.
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Embora tenha perdido força no Brasil como um todo, essa doença evitável é o tipo mais frequente de câncer entre as mulheres do Norte. E é o segundo mais frequente entre as do Nordeste e Centro-Oeste –sempre excluído o tumor de pele não melanoma.
Segundo especialistas, as taxas são o reflexo da falta de amparo. “É o câncer da pobreza. Só morre quem não tem acesso a ginecologista e a um bom laboratório [de análise do papanicolaou]“, diz Sérgio Bicalho, coordenador do programa de prevenção do câncer do colo do útero e de mama da secretaria de saúde de Minas Gerais. Os mineiros têm a taxa de mortalidade mais baixa pela doença no país.
Os números da região amazônica mostram a dificuldade de acesso à prevenção, diz Edson Andrade, diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas. Segundo ele, não é incomum um barco viajar quilômetros para diagnosticar quatro ou cinco mulheres de uma comunidade.
No país, a taxa de mortalidade é 4,14 por 100 mil –ou 4,66 com correções para comparação internacional e 7,13 se ajustada de acordo com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Mesmo o índice nacional é alto, diz Marcos Moraes, presidente do conselho de curadores da Fundação do Câncer e ex-diretor do Inca. “As taxas variaram muito pouco [nos últimos anos], os gestores apresentam como se o problema estivesse resolvido. E absolutamente não está.”
O câncer do colo do útero está ligado ao HPV, vírus transmitido sexualmente. Parte das mulheres infectadas desenvolve lesões precursoras do câncer. Se forem tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
Com informações da Folha de São Paulo

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