sexta-feira, 7 de junho de 2013

Operação G-7: PT e governo do Acre devolvem o Acre às páginas policiais

Narciso Mendes de Assis

O ex-deputado e empresário Narciso Mendes, dono do jornal e da TV Rio Branco, passou mais de 20 anos tentando destruir o PT no Acre. 

Quando o partido conquistou o governo estadual, o empresário foi um dos idealizadores e líderes do MDA (Movimento Democrático Acreano) e usou a estrutura dele para todos os ataques possíveis ao PT e ao então governador Jorge Viana.

Largou a virulência durante o mandato do governador Binho Marques, disponibilizou seus veículos de comunicação ao governo e ao PT e passou a executar grandes obras no Estado a partir de uma das empresas de Narciso Júnior. 

Tião Viana assumiu o governo, se dobrou aos encantos da família Mendes e Narciso ampliou a influência como o defensor mais estridente do projeto petista. Passava boa parte do tempo na casa e no gabinete do governador. 

A influência da família Mendes foi abalada pela Operação G-7 da Polícia Federal.

Quatro de seus membros -Narciso pai, Narciso filho, o genro e um sobrinho do empresário- estão entre os 29 empreiteiros e secretários do governo do Acre indiciados por formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de verbas públicas.

Não é um feito para qualquer família. Até parece que Narciso Mendes se infiltrou para poder detonar por dentro o velho inimigo.

Escândalo nacional 

Na noite desta quinta-feira, o governador Tião Viana (PT), em Brasília, se revelou à opinião pública, em reportagem do Jornal Nacional, como verdadeiro advogado dos réus presos pela Polícia Federal durante a Operação G-7.

- Eu pedi que se faça justiça, que se aja com imparcialidade, serenidade e que se considere que pessoas inocentes estão presas há mais de 27 dias e que um processo penal não foi instalado (sic) - disse, após encontro com o corregedor do Conselho Nacional de Justiça.

Como advogado dos réus, o governador, que julga e inocenta, poderia listar ao menos os nomes dos culpados.

Conversei com um magistrado do Acre sobre os desdobramentos do processo da Operação G-7, que agora se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF). 

- Acho que o Tribunal de Justiça do Acre errou ao encaminhar o processo para o STF. Tecnicamente está errado. Não havia os requisitos constitucionais.

Argumentei que, entre a técnica e a justiça, a sociedade tende a preferir a justiça. E lembrei o caso do referendo do fuso horário do Acre, correto tecnicamente, pois autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, cuja vontade da maioria da população foi solapada pela política pequena do grupo agora no apuro de um xeque.

- Não funciona assim. A Constituição é bem objetiva nesse ponto. São casos diferentes - rebateu o magistrado.

E lembrei, ainda, de uma declaração do desembargador Pedro Ranzi quando presidia o Tribunal de Justiça do Acre, durante um evento com a presença do então governador petista Binho Marques.

- Somos todos Estado.

As desembargadoras Denise Bonfim e Cezarinete Angelim agiram corretamente ao enfrentarem tantos golias e fazer com que o processo subisse para o STF como um escandaloso caso nacional.

Após a Operação G-7, não ouviremos mais o senador Jorge Viana (PT-AC) e seu mantra:

- Nós eliminamos o crime organizado, tiramos o Acre das páginas de polícia, e colocamos nos editoriais de política da grande imprensa brasileira.
FONTE.ALTINO MACHADO

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