Com a classificação do Amazonas de área de Alto Risco para Médio Risco de Febre Aftosa, o gado roraimense está impedido de entrar no Estado vizinho. “Os prejuízos são incalculáveis. Todos os boiadeiros parados, as cooperativas estão falindo, as contas vencendo e nós [transportadores] sem poder se mover para lugar nenhum”, protestou o transportador Carlos Nascimento. Os caminhões estão há mais de 40 dias parados.
Segundo o representante da cooperativa Transanimal, Marcos Aurélio Freire, o setor pecuário é um dos mais importantes do Estado e o rebanho bovino era exportado ao Amazonas constantemente. “Fica uma média de R$ 10 mil em prejuízo por mês para cada transportadora”, explicou.
Quarentena
Para ser vendido ao Amazonas, o gado precisa passar por uma quarentena, mas os pecuaristas do Estado avaliam que o procedimento é ineficaz. “A quarentena é um remédio que não alivia a dor, porque é um paliativo”, disse o pecuarista José Lopez.
Em julho deste ano, o Amazonas passará de médio risco para livre da doença por conta da vacinação, ainda de acordo com o pecuarista. “Quando for livre lá [Amazonas], a quarentena não resolverá mais. Além disso, é um processo muito burocrático”, disse.
Segurança e prudência
A Aderr aguarda o resultado de um relatório elaborado por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que pode mudar a classificação do Estado em relação ao nível de risco. A intenção é passar de alto para médio risco, como ocorreu no estado do Amazonas. Por solicitação do Governo do Estado, os técnicos estiveram em Roraima em dezembro e têm um prazo de até 60 dias para entregar o relatório.
A diretora-presidente da Aderr, Roserraina Remor, informou que o órgão aguarda a avaliação “É importante ressaltar que os animais não estão impedidos de adentrar no Amazonas. O que existe é um controle e fiscalização mais intensa”, explicou.
A vistoria dos animais é para garantir a segurança do Estado para onde é exportado o rebanho bovino, explicou Remor. “O procedimento da quarentena é previsto em legislação. É adequado a todos os estados do Brasil; todos passaram por esse processo antes de serem livres de Aftosa com vacinação”, complementou.
Os primeiros 200 animais que passaram pela quarentena serão exportados ao Amazonas para abate daqui a três dias. “Esses gados já passaram 27 dias pela quarentena, mas precisam fechar um mês. Atualmente estão sob o controle de médicos veterinários da Aderr”, explicou a diretora-presidente.
FONTE.portalamazonia.com
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