em junho de 2013 o governo do Estado, por meio da secretaria de Desenvolvimento, entregou quase R$ 800 mil em maquinários para os construtores de barcos e móveis do município de Tarauacá.
Os equipamentos foram distribuídos para profissionais das mais diversas localidades do município, inclusive em seringais bem distantes. Sete meses depois foram visitados alguns desses profissionais e foi constatado que houve aumento na margem de lucro, na produção e na contratação de mais profissionais.
De acordo com Jorge Pereira, presidente da Cooperativa dos Construtores Navais Arte Moderna, antes quase todo o trabalho era artesanal e muitas coisas tinham que ser terceirizadas, com isso aumentava o tempo para fabricar e diminuía o lucro.
“Com as máquinas ganhamos mais agilidade, conseguimos fazer um barco de 400 kg por dia, não terceirizamos mais nenhum serviço e pegamos mais encomenda”, explica.
Jorge trabalha na oficina com o pai, seu Joaquim Pereira, 63, que faz barco há quase 40 anos, o mais antigo construtor naval de Tarauacá. Do governo ele ganhou máquinas desengrossadeira, desempenadeira, tupia e vários outros equipamentos.
“Nunca pensei ter máquinas tão modernas, dá até mais prazer em trabalhar”, conta sorrindo, o homem que garante que já fez mais de mil barcos.
Ao lado do seu Joaquim, trabalhando às margens do rio Tarauacá, tem a oficina do Joao Lourenço, o Juca. Ele é um dos mecânicos mais procurados da região, conserta todos os tipos de motores. Na sua oficina o movimento é constante.
“Hoje consigo atender muito mais pessoas. Antes passava umas duas horas para fazer um reparo, pois era tudo manual, batendo com o martelo, agora esse tempo diminuiu pela metade, posso dizer agora, que com esses equipamentos que ganhei tenho uma oficina moderna”, garante.
Para dar conta da demanda, Juca contrata jovens aprendizes, como Wellington, 16, que faz curso de mecânico no Instituto Dom Moacir, em Tarauacá, e no horário alternativo trabalha na oficina.
Subindo o Rio Murú, no seringal Repouso, distante da cidade de Tarauacá cerca de oito horas de voadeira, encontramos, Raimundo Nonato, o Raimundinho, ele é mestre em fazer barcos grandes, estilo batelão. Nas cabeceiras do Murú é um dos mais procurado.
É tambem no Alto Murú que encontramos os construtores navais Rodrigão e Alberico, verdadeiros autodidatas, sozinhos aprenderam o oficio, que garante o transporte e o escoamento da produção de milhares de famílias que moram as margens dos rios.
A produção de barcos nessa região é tão grande que tem extrapolado as fronteiras do Acre. “Nós atendemos pedidos de pessoas do Amazonas e de Rondônia”, garante Jorge, presidente da Cooperativa de Barcos
Percorrendo os rios da região se observa o tráfego intenso de barcos, seja transportando pessoas ou mercadorias. Batelões de 22, 25 toneladas é comum encontrar, esses na maioria das vezes são usados para transporte de animais de grande porte.
Para o secretário de Desenvolvimento Edvaldo Magalhães, a entrega dos equipamentos foi uma forma encontrada pelo governador Tião Viana de profissionalizar e aumentar a produtividade artesanal.
“Nós simplesmente olhamos para o talento que já existe na microeconomia rural e equipamos os profissionais, demos condições de desenvolverem ainda mais suas técnicas. São profissionais que já estão há mais de um século garantindo o ir e vir dos ribeirinhos”, disse Edvaldo.
FONTE.acciolytk.blogspot.com
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