quinta-feira, 10 de abril de 2014

No Pará, subida do rio Tapajós já afeta cidade de Santarém

Desde que alcançou o nível de alerta, o rio Tapajós já subiu 54 centímetros
Segundo o prefeito de Santarém, a zona urbana da cidade está sendo monitorada, mas famílias das zonas rural e ribeirinha já recebem ajuda. Foto: Divulgação/Ascom Emater
Segundo o prefeito de Santarém, a zona urbana da cidade está sendo monitorada, mas famílias das zonas rural e ribeirinha já recebem ajuda. Foto: Divulgação/Ascom Emater
SANTARÉM –  A cidade de Santarém,  no oeste paraense, já dá sinais de que a enchente deste ano poderá ser maior que a de 2009, quando ocorreu a maior cheia dos últimos 46 anos. No centro comercial, algumas ruas foram interditadas porque as águas emergiram pela rede de esgoto.  Em 2009, o nível do rio Tapajós alcançou a marca histórica de 8,32 metros no dia 1º de junho. Na última terça-feira (8), o Tapajós registrou a marca de 7,68 metros, acima dos 7,55 metros registrados no mesmo dia em 2009.
O acompanhamento do nível do rio Tapajós é realizado pela Defesa Civil do município e pela Marinha do Brasil, com uso de uma régua de medição da Agência Nacional de Águas (ANA), localizada no porto da Companhias das Docas do Pará (CDP). 
A Defesa Civil faz trabalhos preventivos e de capacitação junto às Coordenadorias de Defesa Civil dos municípios. “Santarém já está distribuindo madeira para comunidades ribeirinhas, e Alenquer, por exemplo, está construindo passarelas para a locomoção de pessoas. Tudo isso faz parte do trabalho preventivo que tem a nossa orientação”, explica o major Luís Cláudio, do Corpo de Bombeiros, coordenador regional da Defesa Civil no oeste paraense.
Alerta
Os meses de maio e de junho são os mais esperados pelas autoridades. É quando as chuvas ficam mais intensas, e os afluentes do Amazonas também elevam suas águas. Ano passado, nesse mesmo dia, o rio registrou a marca de 7,32 metros. Segundo o major Cláudio, a Defesa Civil trabalha com um nível de alerta que é a marca de 7,1 metros. No entanto, esse nível foi ultrapassado no último dia 21 de março. Em 2009, ele foi alcançado no dia 16 de março. Desde que alcançou o nível de alerta, o rio Tapajós já subiu 54 centímetros.
“Já temos orçamento para algumas ações, caso se repita a cheia de 2009. Medicamentos poderão ser entregues com a parceria da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), assim como madeira, cesta básica e kits de ajuda humanitária, caso seja necessário”, explica o major, informando ainda que nenhum município do Baixo Amazonas está em situação de emergência, mas quatro estão sob alerta: Santarém, Alenquer, Óbidos e Curuá.
Assistência  
A Secretaria de Mobilidade e Trânsito de Santarém interditou um trecho da Avenida Tapajós, entre as Travessas Dois de Junho e Assis de Vasconcelos. Dependendo do aumento do nível das águas, o próximo trecho da Avenida a ser interditado será entre as Travessas Senador Lemos e Augusto Montenegro. Devido à interdição, itinerários de linhas de ônibus foram modificados.
O prefeito de Santarém, Alexandre Von, explicou que um hotel e um hospital particular tiveram as atividades prejudicadas, e terão que improvisar novas saídas e entradas para os clientes. “Tenho todos os dias comunicação com a Defesa Civil do município e frequentes reuniões com os secretários para acompanhar a subida do rio e avaliar os atuais e possíveis estragos dessa cheia. Famílias de regiões ribeirinhas já estão recebendo ajuda da Defesa Civil Municipal”, informou.
Distribuição de madeira
Segundo o prefeito, a zona urbana da cidade está sendo monitorada, mas famílias das zonas rural e ribeirinha já recebem ajuda. O município recebeu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Defesa Civil Estadual 2.070 metros cúbicos de madeira em tora, que estão sendo beneficiados e serão entregues à população diretamente afetada, de 13 comunidades ribeirinhas. A entrega começou na tarde do último dia 4.
“As comunidades da região do Ituqui serão as primeiras a receber a madeira. No total, 70 metros cúbicos serão distribuídos nesta primeira remessa. Não serão doadas apenas tábuas, mas também esteios e vigas por solicitação das próprias comunidades, para que elevem de forma definitiva os assoalhos das casas nas comunidades de várzea”, informou o prefeito.
O período de chuva e cheia dos rios permanece até o fim do mês de junho e se intensifica durante o mês de maio. “A tendência é que tenhamos os mesmos números do ano de 2009. Somente no fim de junho é que o rio Tapajós para de subir. E ainda faltam dois meses”, estimou o capitão Robson Oberdan, comandante da Capitania dos Portos em Santarém.
FONTE.portalamazonia

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